A
História da Assembléia de Deus no Brasil.
Fundador
aqui no Brasil: Missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg.
“[...]
Pouco tempo depois de Gunnar Vingren participar de uma convenção de igrejas
batistas em Chicago, essas igrejas que aceitavam o Movimento Pentecostal, ele
conheceu outro jovem sueco que se chamava Daniel Berg. Esse jovem também fora
batizado com o Espírito Santo. Após uma ampla troca de informações,
experiências e idéias, Daniel Berg e Gunnar Vingren descobriram que Deus os
estavam guiando numa mesma direção, isto é, o Senhor desejava enviá-los com a
mensagem do Evangelho à terras distantes, mas nenhum dos dois sabia exatamente
para onde seriam enviados.
Algum
tempo depois, Daniel Berg foi visitar o pastor Vingren em South Bend, Indiana
(EUA). Durante aquela visita, quando participavam de uma reunião de oração, o
Senhor lhes falou através de uma mensagem profética que eles deveriam partir
para pregar o Evangelho e as bênçãos do Avivamento Pentecostal. O lugar tinha
sido mencionado na profecia: Pará. Nenhum dos presentes conhecia aquela
localidade. Após a oração, os dois jovens foram a uma biblioteca à procura de
um mapa que lhes indicasse onde o Pará estava localizado. Foi quando
descobriram que se tratava de um estado do norte do Brasil”. (Adaptado de “História das Assembléias de
Deus, Emílio Conde – CPAD”).
A
manifestação do fenômeno já vinha ocorrendo em várias reuniões de oração nos
Estados Unidos (e também de forma isolada em outros países), principalmente
naquelas que eram conduzidas por Charles Fox Parham, mas teve seu auge inicial
através de um de seus principais discípulos, um pastor leigo negro, chamado
William Joseph Seymour, na rua Azusa, Los Angeles, em 1906.
Primeiro
templo da Assembléia de Deus no Brasil:
No
início do século XX, apesar da presença de imigrantes alemães e suíços de
origem protestante e do valoroso trabalho de missionários de igrejas
evangélicas tradicionais, nosso país era ainda quase que totalmente católico. A
origem das Assembléias de Deus no Brasil está no fogo do reavivamento que
varreu o mundo por volta de 1900, início do século XX, especialmente na América
do Norte. Os participantes deste reavivamento foram cheios do Espírito Santo da
mesma forma que os discípulos e os seguidores de Jesus durante a festa Judaica
do Pentecostes, no início da Igreja Primitiva (Atos 2). Assim,
eles foram chamados de “pentecostais”. Exatamente como os crentes que estavam
no Cenáculo, os precursores do reavivamento do século 20 falaram em outras
línguas, que não eram as suas originais, quando receberam o batismo no Espírito
Santo. Outras manifestações sobrenaturais, tais como profecia, interpretação de
línguas, conversões e curas, também aconteceram. Quando Daniel Berg e Gunnar
Vingren chegaram a Belém do Pará, em 19 de novembro de 1910, ninguém poderia
imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento que
alteraria profundamente o perfil religioso, e até social, do Brasil por meio da
pregação de Jesus Cristo como o único e suficiente Salvador da humanidade e a
atualidade do Batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais. As igrejas
existentes na época – Batista de Belém do Pará, Presbiteriana, Anglicana e Metodista
– ficaram bastante incomodadas com a nova doutrina dos missionários,
principalmente por causa de alguns irmãos que se mostravam abertos ao ensino
pentecostal. A irmã Celina de Albuquerque, na madrugada do dia 18 de junho de
1911, foi a primeira crente a receber o batismo no Espírito Santo, o que não
demorou a ocorrer também com outros irmãos.
Segundo
templo da Assembléia de Deus no Brasil:
O
clima ficou tenso naquela comunidade, pois um número cada vez maior de membros
curiosos visitava a residência de Berg e Vingren, onde realizavam reuniões de
oração. Resultado: eles e mais dezenove irmãos acabaram sendo desligados da
Igreja Batista. Convictos e resolvidos a se organizar, fundaram a Missão de Fé
Apostólica em 18 de junho de 1911 que já era empregado pelo movimento de Los
Angeles, mas sem qualquer vínculo administrativo com William Joseph Seymour. A
partir de então, passaram a reunir-se na casa de Celina de Albuquerque. Mais
tarde, em 1918, ficou conhecida como Assembléia de Deus em virtude da fundação
das Assembléias de Deus nos Estados Unidos, em 1914, em Hot Springs, Arkansas,
mas, outra vez, sem qualquer ligação institucional entre ambas as igrejas. A
Assembléia de Deus no Brasil expandiu-se pelo estado do Pará, alcançaram o
Amazonas, propagou-se para o Nordeste, principalmente entre as camadas mais
pobres da população. Chegaram ao Sudeste pelos idos de 1922, através de
famílias de retirantes do Pará, que se portavam como instrumentos voluntários
para estabelecer a nova denominação aonde quer que chegassem. Nesse ano, a
igreja teve início no Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão, e ganhou
impulso com a transferência de Gunnar Vingren, de Belém, em 1924, para a então
capital da República. Um fato que marcou a igreja naquele período foi a conversão
de Paulo Leivas Macalão, filho de um general, através de um folheto
evangelístico. Foi ele o precursor do assim conhecido Ministério de Madureira.
De repente, o clero católico despertou para uma possibilidade jamais imaginada:
o Brasil poderia vir a tornar-se, no futuro, uma nação protestante.
A
influência sueca teve forte peso na formação assembléiana brasileira, em razão
da nacionalidade de seus fundadores, e graças à igreja pentecostal escandinava,
principalmente a Igreja Filadélfia de Estocolmo, que, além de ter assumido nos
anos seguintes o sustento de Gunnar Vingren e Daniel Berg, enviou outros
missionários para dar suporte aos novos membros em seu papel de fazer crescer a
nova Igreja. Desde 1930, quando se realizou um concílio da igreja na cidade de
Natal, a Assembléia de Deus no Brasil passou a ter autonomia interna, sendo
administradas exclusivamente pelos pastores residentes no Brasil, sem contudo
perder os vínculos fraternais com a igreja na Suécia. A partir de 1936 a igreja
passou a ter maior colaboração das Assembléias de Deus dos Estados Unidos
através dos missionários enviados ao país, os quais se envolveram de forma mais
direta com a estruturação teológica da denominação.
As
Assembléias de Deus brasileiras estão organizadas em forma de árvore, onde cada
Ministério é constituído pela igreja-sede com suas respectivas filiadas,
congregações e pontos de pregação (subcongregações). O sistema de administração
é um misto entre o sistema episcopal e o sistema congregacional, onde os
assuntos são previamente tratados pelo ministério, com forte influência da
liderança pastoral, e depois são levados às assembléias para serem referendados
apenas. Os pastores das Assembléias de Deus podem estar ligados ou não às
convenções estaduais, e estas se vinculam a uma convenção de âmbito nacional.
Particularmente na América do Sul, hoje existe muitas Assembléias de Deus
autônomas e independentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário